segunda-feira, 11 de junho de 2012

A História de Idéia. Versículos 51 a 61

51 em branco
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52 Avisaram para a velha caduca e fossilizante literatura: "Cuidado com os 
idos de agosto". O destino se cumpriu e ela foi impiedosamente massacrada na 
cave do Juão Sebastião Bar na metade do fatídico mês. Isto não foi escrita 
por mim mas por José Roberto Aguilar, num texto sobre o Kaos, obra=livro de 
Jorge Mautenr,, spin escritor=músico=compositor=performer. É que acordei por 
volta de 5 horas. Eu estava dormindo. Fui acordado pela voz de Marcelino 
Freire, spin escritor, humano. Ouvi ele dizer: “eu escrevo o que vejo... sou 
urgente.... esta urgência do nordeste...” Como sou hipocondríaco, pensei:... 
eu também sofro disso.... dee urgência... por isso escrevo sem parar... 
escrevo para não deixar apenas ossos no cemitério. E sempre acho que vou 
morrer até à meia noite. Por isso escrevo com tanta ansiedade=dedicação. A 
minha consulta com o psiquiatra está marcada pra o próximo dia 5. Sofro de 
ortonomia. Como não consta esta doença nos manuais de medicina, vou 
continuar um 'não diagnosticado=identificado." Vou continuar 
carregado=impregnado sei lá de que. Às fico traumatizado com certos 
nomes=sons=presenças.
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53 não estou a fim de escrever hoje.
Que tal parar neste versículo então?
Que tal deixá-lo em branco?
Que tal cancelar o que já foi escrito?
Que tal esquecer de tudo?
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54 em branco
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55 assim termino logo com este livro
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56 cancelado
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57 cancelado
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58 Um momento
Não estou bem
Vou à frutaria do Seu Francisco
Se por acaso eu morrer
vou deixar estas instruções
Não Instruções como do carrasco Bento16=Ratzinger
Mas INRI = Instruções da Nova Realidade de Idéia
O mundo anda tão violento=rápido demais
perdeu a memória de si
Já estou tão acostumado que nem tenho medo de morrer matado
Tenho medo de morrer de doenças
De dor contínua
De dor de cotovelo
Não de dor que passa logo
Morrer de repente deve ser tão bom!!!!
Uma bênção
Pá bufo!!!!!
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59 É só descer o machado no ponto exato, no matadouro, que é morte certa
E a dá um grito e morre
Arrancam-lhe as vísceras
Preparam uma festa
Fazem ochambari
Que delícia!!!!!!
Mais tarde o sarapatel e, sete dias depois, o velório
O animais pranteando seu mortos
Escrevia no corpo
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60 Este era o espaço dado entre a morte da vaca e o retorno de seus parentes 
ao abatedouro
No sétimo dia eu ouviu o primeiro pranto
Lá de longe
Eu olhava em direção ao horizonte=mar sertanejo e nada via
O gado ainda esta longe
Mas eu ouvia os prantos dos bichos
Aí chegava a família inteira
os filhos=marido=amigos
Como o gado havia sido morto em frente ao nosso casebre de palha, era ali 
mesmo, o prantear dos bichos
no exato ponto da morte=deicídio
e ficava a ver, como que chorar junto com eles, aquela dor
ele cavavam o chão com as patas como que a desenterrar=sentir a ressurreição 
da carne
os animais pranteiam seus mortos, muita gente nem sabe disso
será que preciso andar de máquina fotográfica na mão, vídeo e gravador para 
fazerem acreditar?
Ou por acaso as pessoas não prestam atenção nas coisas?
Eles gritavam furando o chão com as patas
e choravam até o meio-dia
Ele chegavam na hora exata
como era triste aquilo
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61 e se não percebemos é porque nossos olhos se acostumaram
assim como acostumados estamos com a realidade
com esta onde violência
com estas pessoas loucas que imaginam-se sãs só por terem o corpo 
igualzinho ao de Vand Dame
Como sois=somos ridículos=idiotas!!!!
os nossos olhos se acostumaram à idiotice aqui=ali
na tv
em forma de lixo matando=entupindo=secando a Amazônia
Tudo em nome da grana
quanto mais grana, melhor
Quanto pobre o outro for, melhor
isto quer dizer mais votos=poder
E como é bom o poder
Que delícia poder torturar=matar sem nenhum problema
sem ter que ir, nem mesmo ao psiquiatra!!!!
Que delícia de poder!!!!
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